Governar a cidade e servir o rei é um estudo sobre o grupo dirigente que controlou o poder municipal, em Évora num período de cerca de 70 anos, correspondente aos reinados de D. Fernando e D. João I, passando pela crise dinástica de 1383-1385. Trata-se de uma análise dinâmica que levou, naturalmente, em consideração um contexto muito especial, vivido de forma intensa numa cidade que teve, como se sabe, um papel fulcral em todo o processo que conduziu o Mestre de Avis à coroa. Esse contexto, que o estudo enfatiza, não foi indiferente para os rumos da governação municipal, nem para os destinos daqueles que dirigiam a cidade, que, na maior parte dos casos, estiveram de forma desassombrada ao lado do mestre, não lhe negando o seu apoio militar e financeiro. Um tal posicionamento não só permitiu a esse grupo de famílias ligadas à governação reforçar a sua capacidade de controlo sobre o poder municipal, como acabou também por se constituir como a pedra de toque da sua ascenção social. O protagonismo assumido, nesses anos de fogo, à frente de uma cidade que conheceu, neste transcurso temporal, uma forte elevação no quadro político do reino, e que fez dela uma das principais cidades cortesãs, constituiu um impulso para esse grupo de famílias, em que se destacam os Lobo, os d'Arca, os Fuseiro, os Oliveira, os Façanha ou os Arnalho, permitindo- |