O presente trabalho constitui urna reflexão antropológica sobre o tema da construção social das identidades desviantes, a partir de uma pesquisa sobre uma figura marginal complexa, conceptualizada como fonte de impureza, poluição e perigo para a identidade nacional portuguesa - o vadio e seus equiparados (mendigo profissional, prostituta de escândalo público, homossexual, chulo, rufião, proxeneta, reincidente, etc.) -, bem como sobre o modelo institucional criado com vista à sua repressão e regeneração moral pelo projecto sociopolítico dominante ao longo dum período recente da história portuguesa contemporânea vulgarmente designado por Estado Novo. |